segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

dito sr. nobody

o texto a seguir está sendo aqui postado pois algo me diz que meu pc vai foder e eu estou sem grana para comprar mídias então o salvarei aqui para não correr o risco de perdê-lo.
sem mais, 
carolina moreira. 

(adogo antipatia)

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Chamava-se Pedro, um nome comum. Vinha de uma família normal, era o filho do meio. Ninguém nunca liga para o filho do meio. Não era nem bonito nem feio, tinha algum certo charme escondido por trás daquele cabelo enrolado e espinhas no rosto. Nunca vivera um amor nesses dezessete anos. Ninguém havia sido tão bondoso para amá-lo. Entretanto, num passado um tanto quanto remoto, Pedro se apaixonara por uma garota cujos olhos eram azuis como o oceano. Ela também não era bonita nem feia.  Mas sua vida amorosa já era bem iniciada, com um rapaz que ao contrário de Pedro, tinha uma beleza máscula e rude.
Nosso rapaz nunca se chateou por ser o único solteirão dos irmãos, sempre achou que no momento certo, a vida abriria os braços para agarrá-lo. Tinha uma inteligência maior do que a dos outros, mas pouco isso importava. Pedro não era poético nem malandro. Não tinha também nenhum atrativo visível, nada que provocaria uma paixão doentia em alguma garota.
Pedro não gostava de rock e nem andava de preto. Não sabia tocar violão e nem cantar bem. Nunca escrevera poemas apaixonados para alguém. Mentira, Pedro escreveu um poema de amor para um concurso de poesia na quarta série, mas perdeu a folha antes do dia da decisão. Ele era sensível e agradável, não disse engraçado nem nada, só agradável. Minha mãe diz que alguém é agradável ou simpático quando não pode mentir por outros adjetivos mais bonitos.
Deixe-me citar uma qualidade: Sabe jogar xadrez muito bem. O problema é que não se pode sempre jogar sozinho.
Às vezes a solidão o dilacera e arranca todas as coisas boas que existem por trás daquele rapaz. Ah, ausência... Para Pedro ela é tão presente quando a falta e o desapego. Um dia ainda há de mudar, ô se há! Ele é um homem bom que nunca matou e nem roubou. Tem esperança de que as coisas possam ficar boas um dia.
Hoje à noite ele provavelmente vá dormir ouvindo Bob Dylan ou algum desses outros caras mórbidos...
Certas coisas podem fazê-lo feliz...
Temporariamente.